Resumo da Trajetória
Flavio Flores da Cunha Bierrenbach nasceu em São Paulo, em 1939. Teve como tio paterno o almirante Júlio de Sá Bierrenbach, que conspirou ativamente contra Vargas e João Goulart e foi ministro do Supremo Tribunal Militar ao longo do regime autoritário (1964-85). Seu avô, Flores Cunha, foi deputado constituinte em 1946. Flavio Bierrenbach cursou Direito na USP, tendo sido representante de São Paulo na Executiva Nacional dos Estudantes de Direito da UNE em 1963. Tornou-se procurador do Estado de São Paulo em 1970. Foi piloto civil, conselheiro da Fundação Santos Dumont e presidente da Associação de Parlamentares Pilotos. Em 1976, elegeu-se vereador na cidade de São Paulo pelo MDB. Em 1978, elegeu-se deputado estadual em São Paulo. Durante a legislatura de 1979-83, representou a ALESP na comissão de advogados criada para investigar um atentado contra o jurista Dalmo Dallari. Talvez como represália, Bierrenbach teve o seu escritório de advocacia alvejado por tiros. Em 1982, elegeu-se deputado federal pelo PMDB. Na Câmara dos Deputados, foi membro da Comissão de Relações Exteriores e participou do grupo parlamentar “Só Diretas”. Votou a favor da Emenda Dante de Oliveira e, em 1985, votaria em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Em 1985, é escolhido relator da Comissão Mista do Congresso Nacional encarregada de apreciar o Projeto de Emenda Constitucional 26, convocando uma Assembleia Constituinte. Seu substitutivo à proposta do governo, conhecida como “Emenda Sarney”, foi radicalmente contrário ao interesse dos partidos majoritários (inclusive os do PMDB), sofrendo violenta oposição da maioria da Câmara dos Deputados. Em outubro de 1985, Bierrenbach é destituído da relatoria da emenda. Em 1986, malogra na tentativa de reeleger-se; passa a escrever artigos semanais na revista Senhor, acompanhando e comentando os trabalhos constituintes. Em janeiro de 1987, retoma suas atividades na Procuradoria do Estado de SP, atuando também em seu escritório Advocacia Bierrenbach Sociedade Civil. Foi consultor jurídico da Secretaria de Transportes e assessor jurídico da Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia de SP. Em 1990, não teve êxito em nova disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados, dessa vez pelo PDT. A partir daí, não disputaria mais cargos eletivos. Em 1997, filia- se ao PSB. Em janeiro de 2000, torna-se ministro do Superior Tribunal Militar (STM), ocupando a vaga aberta dois anos antes pela saída de Paulo Cesar Cataldo. Aposentou-se em outubro de 2009.
