Resumo da Trajetória
Nascido no Recife em 1938, Fernando Soares Lyra graduou-se pela Faculdade de Direito de Caruaru (PE). Em 1966, elegeu-se deputado estadual pelo MDB. Em 1970, obteve o mandato de deputado federal, também pelo MDB. Fez parte do chamado Grupo Autêntico do MDB, que defendia um posicionamento mais incisivo ante o regime militar, em contraposição à postura conciliadora da facção moderada. Reelegeu-se em 1974 e 1978. Filiou-se ao PMDB em 1979. Reelegeu-se para a Câmara dos Deputados em 1982, ocupando o cargo de 1º. Secretário da Mesa Diretora. Passou então a defender uma postura de maior moderação em relação ao governo federal, argumentando que o momento político era diferente dos anos anteriores. Sustentava que o reordenamento constitucional do país deveria preceder a convocação das eleições diretas para Presidente da República. Alinhou-se então ao “grupo moderado” do PMDB, que tinha como principal liderança o governador mineiro Tancredo Neves, distanciando-se da ala liderada pelo presidente nacional do partido, Ulysses Guimarães, que defendia a convocação imediata de eleições presidenciais diretas. Participou das negociações visando à formação da Aliança Democrática (PMDB e Frente Liberal). Com a posse de Sarney, Lyra, escolhido
por Tancredo Neves, vai para a pasta da Justiça, promovendo o que chamou de “remoção do entulho autoritário”. Pressionado por setores militares, que criticavam publicamente a presença de ‘’comunistas’’ no primeiro escalão do Governo, com a reforma ministerial de Sarney, Lyra deixaria a pasta da Justiça em fevereiro de 1986. Em novembro desse ano, Lyra reelegeu-se deputado federal pelo PMDB pernambucano com mais de 90 mil votos, sendo o 2º. constituinte mais votado em seu Estado. Em 1° de fevereiro de 1987, Lyra candidatou-se à presidência da Câmara dos Deputados, mas foi derrotado por Ulysses Guimarães. Durante os trabalhos da Constituinte, atuou como membro titular na Comissão de Sistematização (1987-1988) e, como suplente, na Subcomissão do Poder Executivo da Comissão de Organização dos Poderes e Sistema de Governo (1988). Em 1987, ainda na Constituinte, rompeu com PMDB e filiou-se ao PDT. Nas eleições presidenciais de 1989, Lyra foi candidato a vice-presidente, na chapa do PDT encabeçada por Leonel Brizola. Voltaria à Câmara dos Deputados em dezembro de 1992, na vaga de Fernando Bezerra Coelho. Por divergências com a cúpula do PDT, filiou-se ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), então sob a liderança de Miguel Arraes. Em 1994, foi reeleito deputado federal pela 7ª. vez. Em 1998, Lyra optou por não disputar novo mandato, deixando o Congresso Nacional em janeiro de 1999, ao final da legislatura. Faleceu em 2013.
